Alunos, docentes e tutores são os protagonistas da Pedagogia a distância. Entenda os papéis deles
Gabriela Portilho (novaescola@atleitor.com.br). Colaborou Bruna Nicolielo
Qual é sua opinião
sobre Educação a distância (EaD)? Se sua resposta tem a ver com a imagem
de um curso menos exigente que o presencial, em que um estudante
solitário fica diante da tela do computador, você precisa rever seus
conceitos. A tendência atual na modalidade é a valorização do contato em
todas as frentes, com a alternância de momentos de interação mediados
pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC) e em unidades de
apoio presencial, os polos. No curso de Pedagogia, esse modelo é ainda
mais importante. "A formação de professores exige proporcionar ao
estudante a vivência da sala de aula em diferentes papéis, como aluno e
professor", explica Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), coordenadora da
pesquisa Educação a Distância: Oferta, Características e Tendências dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia, da Fundação Victor Civita (FVC) (leia um resumo das conclusões no quadro na página seguinte).
A articulação de três atores - aluno, professor e tutor - é fundamental na formação de docentes a distância (leia os depoimentos na próxima página). Aos alunos, cabe não só as responsabilidades comuns aos matriculados em um curso regular mas também o esforço de se disciplinar para estabelecer a própria rotina de estudos. Esse, aliás, deve ser um dos componentes do currículo da EaD, já que é preciso aprender como funciona o ensino a distância. "Os estudantes chegam sem saber como se organizar para aproveitar bem o curso. É papel das instituições orientá-los no começo", diz Mauro Pequeno, coordenador do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), na Universidade Federal do Ceará (UFC). O mesmo ocorre em relação à fluência tecnológica, que eles, em geral, não têm ao ingressar no curso. Precisam, portanto, aprender a usar as TIC à disposição.
Na graduação dessa modalidade de ensino, os professores têm a função de ministrar aulas - presenciais ou a distância - e, em muitos casos, conceber o projeto pedagógico e produzir ou supervisionar o material didático que será utilizado. "O corpo docente precisa lidar com as especificidades da linguagem e do currículo da EaD", diz Bernardete Gatti, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC), em São Paulo. Também é função desse profissional dar suporte pedagógico aos tutores e ajudá-los a orientar os alunos. "O fato de o estudante perceber que a equipe docente se comunica com ele pode representar um fator de sucesso contra a evasão", explica Klaus Schlüzen Junior, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).
O tutor, por sua vez, é o elo entre os alunos e o professor. Suas funções são esclarecer o funcionamento do curso à turma tanto em âmbito presencial - durante as aulas e os plantões nos polos - como no espaço virtual, em que deve estimular trocas de ideias e experiências. "O tutor deve estar sempre presente, incentivando à participação, à discussão e à socialização das questões com os colegas", diz Pequeno.
Ainda não existe uma regulamentação da profissão e das condições de trabalho dele. Atualmente, cabe a cada instituição definir o papel e as atribuições do profissional. Assim, a atuação da categoria vai da resolução de questões burocráticas, como a checagem da presença e o repasse das dúvidas da turma aos docentes, à função de professor. O vínculo com a instituição que ministra o curso também varia: há mestrandos e doutorandos da universidade, profissionais da rede de ensino local e funcionários terceirizados, formados em Pedagogia. "É preciso pensar quem é o tutor e o que se quer dele. Se a ideia é que atue só na parte administrativa, tem de ter um perfil. Se ele for responsável também pelo conteúdo, deve receber formação específica", defende Bernardete.
O local das interações: ambientes virtuais e polos de apoio presencial
Pelo computador, alunos, tutores e professores interagem em ambientes virtuais de aprendizagem, plataformas computacionais gratuitas ou licenciadas - como o Moodle e o Teleduc -, que incluem chats e fóruns e permitem fazer a gestão do curso. Nos polos, que ficam em escolas, na própria universidade ou em instalações à parte da sede, eles trocam conhecimentos sem a interface da tecnologia. Nesses locais, os alunos também usam laboratórios didáticos e de informática, além de bibliotecas.
O bom funcionamento dessa infraestrutura e a articulação entre os atores são saídas para assegurar cursos de qualidade, firmando a modalidade como alternativa para a expansão da oferta de vagas. A Pedagogia a distância tem potencial para atender docentes em exercício, segundo a exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), e assim democratizar o acesso ao ensino superior e elevar a qualidade da Educação brasileira.
Fonte: revistaescola.abril.com
A articulação de três atores - aluno, professor e tutor - é fundamental na formação de docentes a distância (leia os depoimentos na próxima página). Aos alunos, cabe não só as responsabilidades comuns aos matriculados em um curso regular mas também o esforço de se disciplinar para estabelecer a própria rotina de estudos. Esse, aliás, deve ser um dos componentes do currículo da EaD, já que é preciso aprender como funciona o ensino a distância. "Os estudantes chegam sem saber como se organizar para aproveitar bem o curso. É papel das instituições orientá-los no começo", diz Mauro Pequeno, coordenador do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), na Universidade Federal do Ceará (UFC). O mesmo ocorre em relação à fluência tecnológica, que eles, em geral, não têm ao ingressar no curso. Precisam, portanto, aprender a usar as TIC à disposição.
Na graduação dessa modalidade de ensino, os professores têm a função de ministrar aulas - presenciais ou a distância - e, em muitos casos, conceber o projeto pedagógico e produzir ou supervisionar o material didático que será utilizado. "O corpo docente precisa lidar com as especificidades da linguagem e do currículo da EaD", diz Bernardete Gatti, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC), em São Paulo. Também é função desse profissional dar suporte pedagógico aos tutores e ajudá-los a orientar os alunos. "O fato de o estudante perceber que a equipe docente se comunica com ele pode representar um fator de sucesso contra a evasão", explica Klaus Schlüzen Junior, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).
O tutor, por sua vez, é o elo entre os alunos e o professor. Suas funções são esclarecer o funcionamento do curso à turma tanto em âmbito presencial - durante as aulas e os plantões nos polos - como no espaço virtual, em que deve estimular trocas de ideias e experiências. "O tutor deve estar sempre presente, incentivando à participação, à discussão e à socialização das questões com os colegas", diz Pequeno.
Ainda não existe uma regulamentação da profissão e das condições de trabalho dele. Atualmente, cabe a cada instituição definir o papel e as atribuições do profissional. Assim, a atuação da categoria vai da resolução de questões burocráticas, como a checagem da presença e o repasse das dúvidas da turma aos docentes, à função de professor. O vínculo com a instituição que ministra o curso também varia: há mestrandos e doutorandos da universidade, profissionais da rede de ensino local e funcionários terceirizados, formados em Pedagogia. "É preciso pensar quem é o tutor e o que se quer dele. Se a ideia é que atue só na parte administrativa, tem de ter um perfil. Se ele for responsável também pelo conteúdo, deve receber formação específica", defende Bernardete.
Pelo computador, alunos, tutores e professores interagem em ambientes virtuais de aprendizagem, plataformas computacionais gratuitas ou licenciadas - como o Moodle e o Teleduc -, que incluem chats e fóruns e permitem fazer a gestão do curso. Nos polos, que ficam em escolas, na própria universidade ou em instalações à parte da sede, eles trocam conhecimentos sem a interface da tecnologia. Nesses locais, os alunos também usam laboratórios didáticos e de informática, além de bibliotecas.
O bom funcionamento dessa infraestrutura e a articulação entre os atores são saídas para assegurar cursos de qualidade, firmando a modalidade como alternativa para a expansão da oferta de vagas. A Pedagogia a distância tem potencial para atender docentes em exercício, segundo a exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), e assim democratizar o acesso ao ensino superior e elevar a qualidade da Educação brasileira.
Fonte: revistaescola.abril.com
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