
“O aluno tem de ser capaz de construir o
edifício de seu próprio conhecimento”. Assim o presidente da Associação
Brasileira de Educação a Distância (ABED), Fredric Litto, define a mudança
de foco que ocorre no ensino, fruto das alterações tecnológicas e de
relações das últimas décadas. Segundo ele, estão com os dias contados
as relações “prato feito”, nas quais os educadores oferecem
uma quantidade limitada de informação que os alunos devem absorver. “Como
a popularização da internet, essa lógica não tem como se manter. O
aluno hoje busca um novo professor”.
Para o especialista, o aluno da
EAD, apesar de beneficiado pelas facilidades temporais e geográficas,
precisa ter mais motivação e disciplina do que o da modalidade presencial.
“E preciso mais tempo para leitura e participação nas discussões online. A
educação a distância também tem menor nível de flexibilidade em relação a
prazos. O aluno não pode chorar para o professor”, lembra Litto.
Em condições, no entanto, não têm
desanimado os estudantes: os níveis de abandono e evasão da modalidade a
distância é bastante similares aos da presencial. O presidente da ABED
afirma que o perfil de quem procura a EAD colabora para esse resultado:
“São alunos mais maduros, que já trabalham e têm família. Não largam seus
cursos, pois dependem deles para o futuro profissional”.
Para garantir que os esforços
sejam recompensados pela instituição de ensino, Litto explica que os
interessados precisam pesquisar a reputação dos cursos antes de se
matricular, fazendo, se possível, experiências gratuitas. “O aluno deve
exigir o máximo de sua escola, com especial atenção ao material ofertado,
número de tutores e à qualidade dos exames.”
Fonte: Folha de São Paulo
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